Juiz liberta segurança de padaria de Higienópolis
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010O segurança Eduardo Soares Pompeu, de 47 anos, acusado de matar a facadas o empresário Dácio Múcio de Souza Júnior, de 29, ganhou a liberdade. A Justiça concedeu anteontem habeas corpus e revogou a prisão temporária de 30 dias. O juiz Alberto Anderson Filho argumentou que Pompeu tem residência e emprego fixos, se apresentou à polícia e não tem antecedentes criminais. O ataque ao herdeiro do Grupo Europa ocorreu no dia 27 de dezembro na frente da Padaria Dona Deôla, em Higienópolis, região central de São Paulo.
Anderson negou o pedido de prisão preventiva e argumentou que, “por ora, não se vislumbra a presença dos requisitos legais para que ela pudesse ser decretada”. Segundo o juiz, o fato de o crime ter sido amplamente divulgado pela imprensa não demonstra a existência de clamor público. Na madrugada do crime, Souza Júnior foi tirar satisfação com Pompeu. O segurança teria ofendido a irmã do empresário, Nathália.
O advogado de Pompeu, Fábio Tofic Simantob, disse que no pedido encaminhado à Justiça pela não decretação da prisão preventiva juntou várias cópias de comentários na internet sobre o crime. “O caso virou um fórum de debate. Alguns condenaram e outros colocaram em dúvida a atitude de Pompeu”, afirmou o defensor.
Simantob disse também que o segurança passou 30 dias de angústia e incerteza na carceragem do 77º Distrito Policial (Santa Cecília). O advogado acrescentou que Pompeu não reclamou das condições da prisão, mas da falta da filha de 14 anos, que é doente. “Ele é separado da mulher e cuidava da menina. Depois da prisão, teve de deixá-la com sua irmã.” Pompeu apresentou-se no 77º DP no dia 30 de dezembro. À Polícia Civil, ele alegou que agiu em legítima defesa, por ter sido xingado, humilhado e agredido por Souza Júnior.
A Assessoria de Imprensa do Grupo Europa informou que a família da vítima recebeu com “profunda tristeza” a notícia da libertação de Pompeu. “Os familiares ficaram chocados e entendem que o assassino deveria continuar preso, pois matou sem chance de defesa e fugiu”, disse o assessor Marco Antonio Simon. A família espera agora que o Ministério Público recorra da decisão. A promotora Maria Gabriela Stemberg não quis se manifestar, porque não havia recebido cópia do despacho.
Fonte: Agencia Estado